sábado, 22 de abril de 2017

Domingo de Páscoa



Domingo de Páscoa. Alto Minho. 7 horas da manhã. Da madrugada, dado ser domingo.

Quem alguma vez acordou por estas terras verdejantes, neste período, já teve por certo esta sensação: despertar estremunhado pensando estar num cenário de guerra, com os estrondo dos obuses a ecoar dentro dos quartos.

Nada mais do que fogo de artifício que, com pouca arte, sobe a algumas dezenas de metros de altura e se desfaz num ruído ensurdecedor mas que afaga o ego das habitantes daquela aldeia. Onde existe perto uma fábrica dquela indústria que sustenta famílias inteiras mas que também lhes ceifa a vida.

É dia de festa, de desjejum, missas, vestidos coloridos, perfumes comprados em lojas de chineses, de doces, automóveis franceses e andorrenhos, mas também um dia de muita devoção, tradição e alegria.

 Agora a aldeia de Gandra lança o seu fogo insurdecedor, depois o Outeiro, com muito morteiro, a seguir Santa Cruz, cujo fogo demorou mais de 15 mm. Não posso deixar de comparar esta insistência e intermitência no  lançamento de foguetes, por aldeia, com a demarcação territorial efetuada pelos nossos amigos canídeos.

"Tocam os sinos na torre da igreja, há rosmaninho e alecrim pelo chão, na nossa aldeia, que Deus a proteja, vai passando a procissão." E o padre, de casa em casa, com a cruz em riste, dá a benção a todos os presentes.

É deste Minho que eu gosto. 😀


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