sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Alô Moçambique

Uma mensagem aos colegas em acção de formação em Moçambique:

Olá, Sérgio. Boa tarde a todos.

Folgo em saber que já se adaptaram à vida Moçambicana. A negociação em África é um lugar-comum. Temos de encontrar um compromisso entre o efectivar a nossa missão e as pretensões nem sempre razoáveis das autoridades locais. E parece que vocês o conseguiram.
Também já cheguei a Angola, vai fazer 15 dias. A negociação inicial foi menos dura que a vossa, visto que trazia já um programa de formação elaborado, pensado e bem fundamentado, e que agradou ao Presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil. Depois de 2 adiamentos, comecei o curso no início desta semana que hoje termina. Comecei com cerca de 35 formandos e já vou com 45. Crescem como cogumelos. Mas apesar de tudo manifestam interesse pela matéria e têm sido gradualmente participativos.

A formação concentrada durante a manhã parece também ser uma prática em África. Estou com um horário parecido com o vosso, com aulas só de manhã. Vou dar 14 dias úteis de formação, completados com on Job training e com o levantamento escrito do sistema de protecção civil angolano. Vamos ver se cabe tudo num mês.

No que respeita às condições de permanência, fico contente em saber que estão bem. Como acontece aqui comigo, o facto de estarmos no mesmo hotel que outros portugueses em cooperação é uma mais-valia. O grupo é maior e normalmente cria condições para organizar algumas excursões. Aproveitem para passear e não se esquecem de dar um salto à reserva de elefantes a sul de Maputo e ao Parque natural na fronteira África do Sul/Moçambique (Kruguer Park, penso ser assim que se escreve). Caso tenham tempo, experimentem também algumas ilhas paradisíacas que existem ao largo de Moçambique.

Da minha parte penso que consegui negociar bem as condições com as autoridades angolanas. A estadia e a alimentação são pagas, cabendo-me a mim somente algum extra que necessite comprar. Não tenho carro, mas há uma pessoa que me vem buscar todos os dias (hotel formação e volta) e, porque também me aproximei do pessoal da GNR e PSP que está no meu hotel em actividades de cooperação, tenho dado algumas voltitas, particularmente às praias num raio de 100km de Luanda. Caso a alimentação não fosse paga as ajudas de custo não chegavam. Só para terem uma ideia, uma refeição no hotel custa a módica quantia de aproximadamente 35 euros. E sem vinhos, claro… Uma sopa vai para os 7 euros e o bitoque ronda os 20euros. O custo de vida neste país é de loucos e simultaneamente irónica. É o 5º pais do mundo com o maior fosso entre ricos e pobres.

Sigam o meu blogue em http://rn.bd.blogspot.com, onde vou colocando algumas baboseiras sobre a estadia.

A largura de banda no acesso á Internet é muito pequena. Mas pelo menos o hotel disponibiliza acessos WiFi. E para quem estava à espera de ficar num contentor, um hotel junto à praia, com coqueiros a sombrearem as mesas onde servem as refeições, não é mesmo nada mau.

Um abraço a todos e vamos continuando a comunicar.

Estamos Juntos.

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