quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cartagena de Poniente

Aproveitando um Seminário profissional, no inicio de 2002, foi possível bater as cidades de Cartagena das Índias e de Bogotá (este em apenas algumas horas), na Colômbia.

A viagem via Caracas foi a mais prática. TAP para a Venezuela e depois uma companhia aérea Colombiana para Cartagena, com escala e mudança em Bogotá. Aproveito para assinalar a qualidade de serviço desta companhia (não me recordo o nome), não só em termos de apoio em pessoal de cabine como também no material muito recente (o avião parecia acabado de estrear).

Foi na altura de Carnaval. Encontrei no voo proveniente de Caracas para a Colômbia várias pessoas que se deslocavam para Barranquilla, localidade mundialmente conhecida pelos seus característicos festejos carnavalescos.

Chegada à noite a Cartagena. Só no dia seguinte foi possível ficar espantado com a fulgurância e grandiosidade desta cidade.

Fiquei no Hotel Caríbe, mesmo defronte ao mar indolente das Caraíbas, curiosamente retratado de forma inversa pelo grande Gabriel Garcia Marques em “Relato de um Naufrago”.

Quando me instalei, não resisti a um mergulho na piscina. Em fato de banho, saltitando pelo interior do hotel, encontrei um colega espanhol que estava acompanhado de uma senhora que a apresentou como “sua secretária”. Tibiamente, descalço e com uma toalha na mão e em trajos menores, cumprimentei-os. Só mais tarde, durante o encontro, me apercebi que a secretária do meu colega era na realidade a Secretária de Estado Espanhola do Interior (será essa a denominação?)

O Hotel Caribe, de estilo colonial, foi construído nos anos 1940, quase no término do promontório que caracteriza a cidade ancestral de Cartagena das Índias. O edifício confina no seu interior uma autentica ilha tropical, onde aves exóticas e vegetação luxuriante, para além de bares e piscina perfeitamente enquadrados. Embora no meio de uma cidade com milhões de habitantes, leva-nos a crer estar em plena amazónia.

Aproveitando os poucos intervalos de tempo para visitar a cidade, passei pela zona antiga, muito bem preservada e com uma arquitectura colonial espanhola bem patente. Pedro de Heredia, em 1533, desembarcou nesta baía que, por clara semelhança a Cartagena espanhola, foi baptizada com o mesmo nome.

Para futuros visitantes, não esquecer ver e observar as muralhas, a catedral, a Plaza de la Aduana, com acesso ao cais. Experimentem os restaurantes locais. Óptimas iguarias.
Em plena Baía de Cartagena das Índias, efectuamos um pequeno passeio num navio de guerra Colombiano, possibilitando uma visão diferente da cidade.

A sua vida nocturna é muita activa e as esplanadas são uma instituição.
Num dos dias livres, aproveitei para fazer uma pequena excursão de barco. Saída de manhã do cais de Cartagena e visita às Islas del Rosário, onde foi instituído um Parque Natural devido à biodiversidade e beleza da paisagem marinha. Cerca de 1,5 a 2 horas de viagem, para cada lado, que acompanhava uma costa de areia branca e fortalezas de protecção contra piratas.
Foi possível efectuar mergulho de apneia. A visão foi maravilhosa, pelo tipo, formato e cor dos peixes e outras espécies marinhas. Nunca pensei ser possível permanecer tanto tempo dentro de água sem qualquer sensação de hipotermia.
O arquipélago das Islas del Rosário é ainda característico pela casa de férias/praia do mais famoso traficante de estupefacientes colombiano.
Foi nesta viagem que conheci os bens dispostos amigos colombianos, Juanita e os Pícaros, um grupo de 4 colegas que aproveitou também uma folga de uma viagem profissional para efectuar esta mesma visita. Foi um apoio muito útil. Ainda hoje mantenho contacto e correspondência, facilitada pelas novas tecnologias baseadas na Internet e correio electrónico.
De regresso a Portugal, a escala em Bogotá foi frutífera. As poucas horas de espera no aeroporto foram trocadas por um passeio pela cidade. Majestosa, avenidas largas e a Este e Sul, uma cordilheira que limita a zona urbana, a capital da Colômbia instalou-se a mais de 2.600 metros de altitude e alberga mais de 7 milhões de habitantes. As zonas rica e pobre da cidade são facilmente detectáveis. Obrigado Juanita pela visita guiada a esta bonita cidade.
Nova escala em Caracas, agora de cerca de 6 horas, o que deu para conhecer todos os buracos do aeroporto. Pena não ter sido possível um revis à cidade. Um jeitoso desenhou uma caricatura da minha pessoa, em papel timbrado do aeroporto de Caracas (!!??), por 5€ (a contribuição foi voluntária)
Apesar da Colômbia ser um país em guerra civil, não se encontraram situações que evidenciassem esse facto. Para além de uma maior concentração de soldados no momento da visita do Presidente do País à cidade de Cartagena das Índias, a frequência de polícias era muito semelhante a qualquer cidade europeia.
Aos futuros visitantes da Colômbia, sugiro como conselho que devem aproveitar para ler Gabriel Garcia Marques. Aliás, viajar deve ser sempre acompanhado pela leitura de leitores dos países visitados. Garanto que se aumenta o prazer da viagem.

Ficha de viagem
País: Colômbia
Meios de transporte utilizados: Avião, Barco
Data de início: 2002
Data de Fim: 2002
Tempo de permanência: cerca de 1 semana

Mapa:


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